Sentada na frente da penteadeira...

Sentada em frente a penteadeira, ela pensava em qual perfume deveria usar, doce ou cítrico (?) Batom rosa ou avermelhado, era tudo novo para  mais nova universitária da casa, sorriu ao se lembrar de sua mãe ligando para toda a família, a pequena menina era oficialmente um estudante de medicina. E por um momento teve vontade de chorar e borrar toda a maquiagem que havia passado horas fazendo, lembrou de Nick, seu ex namorado, o termino tinha sido difícil para os dois, mas ele torcia tanto por ela, “Vou ligar pra ele quando voltar e contar que deu tudo certo,” pensou a garota enquanto se levanta e checava sua roupa por a última vez.

Sua mãe estava na porta da sala, com um lindo sorriso “Quem diria, a menina que ia a festinha de aniversário ontem, é esse mulherão prestes a ir a sua primeira festa universitária, divirta-se meu amor,”  disse dando a um beijo na  testa, ela sorriu e pensou em dizer que a amava, mas não fez, nunca foi de declarar seus sentimentos, por que faria agora?

Encontrou suas amigas e foram juntas para a primeira balada de suas vidas, era tudo diferente e de alguma forma, encantador. Tiraram uma foto, não sabiam, mas seria a última. Durante a festa alguns garotos vieram falar com ela e a chamou para dançar, mas ela preferiu ficar em seu canto, digitando e apagando a maldita mensagem, e se ele a achasse uma idiota, por que deveria dizer isso a ele? Ou por que não dizer?

Entre o impasse a garota sentiu um cheiro estranho e quando olhou para frente demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, tinha fogo e as pessoas estavam correndo , tentou correr mas o tumulto estava muito grande e seus pés doíam por conta do salto alto, ela tinha o comprado especialmente para a festa. Ela tinha remiti alergia, o que não ajudou muito na situação que se encontrava, tentou ser forte, mas entre as tossidas secas sentiu uma lágrima descer, foi a última que derramou.

“Hey amor, Nick, tudo bem? Quanto tempo não nos falamos, bom estou te escrevendo esse sms sentada em uma mesa do bar de um boate, estou em uma balada universitária, passei na faculdade, daqui a alguns anos serei enfim chamada de doutora. Queria te agradecer por todo o apoio, as explicações das matérias que não dominava, por tudo, mesmo que não estejamos mais juntos, você faz parte da minha história, te amo . Sua futura doutora.”A mensagem nunca foi enviada, e sua mãe não sou que ela a amava, a menina morreu, e seu sonho de ser uma universitária não passou da lista de aprovados para a faculdade da cidade. 

Essa história, é claro, é fictícia, fruto da minha imaginação, mas é também uma forma de falar sobre o acidente que aconteceu em  Santa Maria, e demonstrar os meus sinceros sentimentos aos amigos e familiares dos feridos e mortos. E também um alerta, nunca deixem de falar o que sentem por alguém, talvez amanhã possa ser tarde de mais. FORÇA E FÉ para Santa Maria, as minhas orações estão com vocês.