Céu estrelado na Metrópole dos Loucos

Analisou a lista pela milésima vez, estava tudo ok. Barraca, roupas limpas, água, cobertor e seu celular, e lá vai ela, rumo a seus sonhos, a maior loucura que se pode imaginar (por que será que a palavra loucura é tão comum por aqui?)

“São mais de dois messes” “Essas garotas são loucas”

Mas quem se importa, quando o que esta em jogo são os planos de uma vida, as palavras que faltam naquele capitulo reescrito e interminado, o que importa, quando o sonho é maior que a razão, e o tempo, nem de longe chega os pés da ansiedade e da distância.

Os desejos ruins foram ignorados, no fundo doía saber que as pessoas desejam tais coisas ao invés de mandar energia positiva, mas ligava o dane-se, afinal, quem vai estar na grade mesmo?

Talvez os planos não dessem certo, ela tinha essa consciência e assumia os riscos, afinal a vida é feita deles, não é? E em um breve devaneio pensando sobre viver, concluiu que a vida tem como função te colocar para baixo, chutar seu estomago e você precisa mostrar quem manda, quem é forte, e ela era.

Enquanto olhava o céu estrelado, num cenário diferente do que se espera de um acampamento, agradeceu a Deus por ter o colocado em sua vida, afinal, se ela sabia que tinha de ser mais forte que a vida, devia isso aos olhos que deram a ela um rumo a seguir, a voz que a ensinou a seguir em frente e o sorriso que a alegrava todas as manhas.

Era apenas mais uma noite, de cerca de 44, mas ela não se importava, poderiam ser 365, ou 700 e alguma coisa (não era boa na matemática) continuaria ai, esperando, admirando o céu daquela metrópole de loucos, e vivendo a maior loucura de sua vida, vivendo por ele, para ele.